Mike Banning é uma lenda dentro dos Serviços Secretos: ano e meio antes, salvou o Presidente de uma morte certa, tendo no entanto que sacrificar a Primeira-dama para o conseguir. Isso fez com que a sua amizade e relação com o “líder do mundo livre” fosse abalada e Banning, mesmo tendo apenas cumprido a sua obrigação – a de proteger a vida do Presidente dos Estados Unidos da América – tenha sido despachado para um trabalho de secretaria num departamento muito mais burocrático do que prático. Mas quando um grupo terrorista norte-coreano infiltra-se na Casa Branca e a toma de assalto, raptando as mais altas figuras de estado e conseguindo o seu controlo, Banning volta ao terreno e será, desta vez, a única esperança de uma nação.
Não deixa de ser irónico que “Olympus Has Fallen” seja o melhor “Die Hard” dos últimos doze meses, mesmo num ano em que John McClane voltou aos ecrãs. Cópia quase chapada da fórmula de sucesso do filme de John McTiernan – substituindo o gigante Nakatomi Plaza pela imponente Casa Branca e o carismático Bruce Willis pelo competente Gerard Butler -, o thriller de acção de Antoine Fuqua (“Training Day”) revela-se entretenimento de qualidade dentro das suas óbvias limitações ao nível da credibilidade narrativa. Entre explosões, tiroteios e um herói que farta-se de levar pancadaria mas nunca desiste, aborrecimento é palavra proibida para qualquer cinéfilo cujo balde de pipocas esteja constantemente ao colo. Acabaram-se os talibãs – a Coreia do Norte agora é que está na moda -, Butler finalmente tem algum descanso de uma mão-cheia de comédias românticas ocas onde os seus olhos verdes e abdominais definidos eram mais convincentes do que as suas falas e, ao contrário de muitos blockbusters que por aí andam, “Assalto à Casa Branca” não tem medo do grafismo da sua violência. Mas não embandeirem em arco, pois os prós ficam praticamente por aqui; a estrutura de contagem regressiva para o apocalipse global não gera qualquer tensão no espectador e não faltam à trama apêndices absolutamente desnecessários, entre eles o filho do Presidente ou, principalmente, a esposa de Banning.
Ainda assim, “Olympus Has Fallen” cumpre com o que promete nas suas bases e, ao fazê-lo, satisfaz minimamente qualquer cinéfilo pronto a desligar o cérebro durante hora e meia. Não há requinte nem champanhe, apenas shot e meio de um cocktail de adrenalina e testosterona apimentado por um elenco secundário rico e consistente e por um vilão quase irrepreensível. Absurdos e patriotismos idiotas à parte, este "Assalto à Casa Branca" deve ser bem mais competente do que o que aí vem a caminho das nossas salas, realizado por Roland Emmerich e com Channing Tatum e Jamie Foxx nos papéis principais.
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