Supersónico e com dois lugares, o Grunman F-14 Tomcat é um dos melhores caças jamais construídos. Desenvolvido pela marinha norte-americana numa altura em que não tinham nenhuma aeronave à altura para combater os MiG na guerra do Vietname, os F-14 acabaram por substituir os F-4 Phantom II e tornar a frota dos Estados Unidos da América tacticamente superior à de qualquer oponente, muito por culpa dos então moderníssimos sistemas e tecnologias de voo que o Tomcat oferecia: navegação ímpar a baixa altitude, mira de infravermelhos para ataques nocturnos e alta precisão de ataque a curta e longa distância.
Pois bem, aproveitando esta onda mediática em torno dos F-14 após o fim da guerra e baseando-se num artigo de uma revista californiana intitulado "Top Guns", Tony Scott e Jerry Bruckheimer decidiram hollywoodizar o fenómeno em 1986, orquestrando aquele que foi considerado por muitos como um dos filmes mais cool dos anos oitenta: "Top Gun". Pouco precisa ser dito sobre o blockbuster que lançou Tom Cruise para a fama - haverá algum leitor que não o tenha visto e não se lembre ainda da deliciosa jukebox musical que dá vida a tantas cenas -, pelo que nos ficamos pelas curiosidades provavelmente desconhecidas sobre as filmagens: a marinha disponibilizou dezenas de F-14 e pilotos para a rodagem, tendo a Paramount pago cerca de 7 mil e 800 dólares por hora de combustível e custos operacionais de cada aeronave que voasse apenas por motivos relacionados com o filme. Cada mudança de rumo no porta-aviões que albergava as descolagens e aterragens dos caças - necessárias por vezes devido à luminosidade ou para apanhar o pôr-do-sol, por exemplo - custou à produção 25 mil dólares. Os Tomcats deixaram de fazer parte da frota norte-americana a 22 de Setembro de 2006, tendo sido substituídos pelos F-18. Ironicamente, hoje apenas a Força Aérea do... Irão conta com F-14 nas suas bases, tendo estes sido cedidos em 1976, nada mais, nada menos, do que pelos Estados Unidos da América, então amigo diplomático do governo iraniano.
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