Daniel Lugo (Mark Wahlberg) nasceu para ser milionário mas, a chegar aos trinta, não passa de um reles instrutor de ginásio a viver uma vida medíocre, sob a influência de muitos esteróides a algumas drogas leves. Cansado de ser um zé-ninguém, decide criar um esquema de rapto e extorsão a clientes ricos do ginásio onde trabalha de forma a alcançar o "sonho americano" rapidamente. Para tal, convence os colegas Adrian (Anthony Mackie) e Paul (Dwayne "The Rock" Johnson) a alinhar e definem logo o primeiro alvo: Victor Kershaw, empresário emigrante com muito dinheiro e poucos amigos ou familiares por perto que pudessem dar pela sua falta.
Baseado em acontecimentos verídicos - como tão bem Michael Bay nos relembra a certa altura do filme quando tudo parece demasiado irreal para ser credível -, "Pain & Gain" é uma adaptação cinematográfica cómico-trágica de um artigo famoso do final dos anos noventa do jornalista norte-americano Pete Collins. Num tom satírico, possivelmente ofensivo para familiares e vítimas dos lesados desta história, mas divertidíssimo para todos os restantes, mesmo aqueles para quem Michael Bay é o anti-cristo de uma narrativa interessante, "Dá e Leva" é saudavelmente ambicioso na sua fanfarronice, visualmente glamoroso na sua violência e estupidamente imprevisível nas suas mais variadas contracurvas de guião. Entre interpretações banais como a de Mackie e geniais como a do portentoso Tony Shalhoub, Michael Bay executa, no entanto, uma fita desequilibrada quando tenta misturar o sério com o engraçado, mas hilariante (no meio da sua idiotice) quando se dedica a divertir o espectador. Os últimos trinta minutos sabem a muito pouco mas, ironicamente, entre substâncias ilegais e proteínas, "Pain & Gain" revela-se o filme menos supérfluo de Bay. Venha de lá o quarto "Transformers" para não nos habituarmos mal.
1 comentário:
vá lá... pensei que ias ser menos simpático :)
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