sexta-feira, outubro 25, 2013

TCN 2013: Nomeados Crítica de Cinema



Beasts of the Southern Wild, por André Olim, do blogue Terceiro Take

"Bestas do Sul Selvagem é um trabalho ímpar, deslumbrante e desassossegador. Colocando a condição humana sob uma lupa escrupulosa, analisa matérias relevantes e transmite uma extraordinária lição de vida. Uma viagem maravilhosa."


Behind the Candelabra, por David Lourenço, do blogue O Narrador Subjectivo

"Não se pode dizer que a consistência seja uma preocupação para Steven Soderbergh; na realidade, se há alguém em Hollywood que se assume como um autor que prima pela variedade e proficiência é ele, que muda de registo e estilo com uma facilidade impressionante, mesmo que nem sempre com a mesma taxa de sucesso. Ainda assim, se há tema que se pode reencontrar frequentemente na sua filmografia é a sexualidade, não só a forma como a sociedade em geral e certos meios em particular a encaram, rejeitam ou exploram, mas também a forma como as próprias personagens lidam com as suas preferências, actos e escolhas no que a isso diz respeito."


Margaret, por Jorge Rodrigues, do blogue Dial P for Popcorn

"Trágico e profundo, o argumento de Lonergan pega nas nossas noções de sociedade, de família, de relações, de maturidade, de compaixão, de responsabilidade e transcende-as num filme que é mais peça de arte que um sucesso cinematográfico. Lonergan não pretende fazer cinema. O próprio sabe que este o resultado final deste filme nunca o deixará satisfeito. Porque o que o filme pretende alcançar é muito maior do que uma simples película. É o universo, é a vida, concentrada numa história, numa experiência vulgar como tantas outras. As suas melhores cenas são viscerais, cruas, reais, filosóficas, inesquecíveis."


Side Effects, por Catarina D'Oliveira, do blogue Close-Up

"Como os demais thrillers psicológicos, "Side Effects" é passível de gerar surpresas no espetador. Trata-se de uma experiência intensa e manipulativa, dotada de um anti-sentimentalismo cínico, especialmente desenhado para pregar partidas cruéis à audiência. É o típico exemplo de filme que não só necessita e beneficia, como exige um segundo visionamento para que seja possível sorver todos os seus deliciosos detalhes e momentos."



Spring Breakers, por António Tavares de Figueiredo, do blogue Matinée Portuense

"Essa visão muito peculiar da narrativa, cultivada por Korine desde os seus primeiros trabalhos, misturando formatos e composições, continua presente apesar da (falsa) aproximação ao Cinema convencional. Spring Breakers é, contudo, fundamentalmente um exercício de (des)montagem. Dos planos, das personagens, da imagem das princesas Disney, da cultura voltada para o seu próprio umbigo e, sobretudo, das próprias convenções do género - o policial, o drama, a comédia -, baralhadas e desconstruídas ao ponto do estranhamento."



The Last Laugh, por Rafael Santos, do blogue Memento Mori

"A comunidade onde se insere deleita-se perante a farda que o reveste. E esse mesmo objecto é talvez o mais importante no que toca a criticar a sociedade que desfila à volta do mesmo. Mulheres ignoram homens que não são mais do que uma mera presença num espaço. O caso muda de figura quando o homem fardado abandona a sua casa pela manhã para se dirigir ao trabalho que lhe atribui tal fama. Os sorrisos das mulheres imediatamente se iluminam numa total devoção à figura que tanto admiram. É interessante como tais sorrisos se desfiguram ao longo do filme ao ponto de se tornarem gargalhadas maliciosas e repletas de escárnio."



This Film is Not Yet Rated, por Ricardo Lopes Moura, do blogue Axasteoquê?!?.

"Há verdadeiro heroísmo por trás de This Film Is Not Yet Rated. Os seus méritos são evidentes: demonstra a falta de ética da MPAA e dá um rosto aos carrascos do cinema independente, apontando-os pelo nome, idade e características que deveriam invalidar o seu emprego. E, também, porque no meio do trabalho de denúncia, consegue ser verdadeiro entretenimento, sério e brincalhão em porções equilibradas."



Tokyo Story, por Jorge Teixeira, do blogue Caminho Largo

"Num dos últimos planos do filme, um comboio passa de um lado ao outro, move-se com a certeza de que dentro de alguns momentos já não estará mais no nosso campo visual, e isso, mais que tudo, revela ou oferece a noção que impera em toda a história - a passagem do tempo e a (aparente) incapacidade de revertê-lo e de aproveitá-lo consoante as nossas hesitações e os nossos erros. Para os que vão, existirá certamente sempre algo que gostariam ainda de ter feito ou dito, e para os que ficam, resta a amargura de uma palavra ou de um gesto que nunca mais transmitirão, ou, noutra perspectiva, a memória de alguém que lhe marcou a identidade e a personalidade como nenhum outro ser. Uma obra-prima, que tem tanto de concreto e de mundano como de transcendental."

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