"Foi com "Madness Ends", o final da temporada, que aquele anjo da morte, Shachath, interpretado pela maravilhosa Frances Conroy, nos dá um beijo. Mas não um beijo para nos levar daqui para outro mundo ou qualquer que seja o sítio para onde vamos após o fecho, para sempre, dos nossos olhos. Um beijo que eu espero que nos toque de maneira tão intensa quanto tocou o Diabo naquela freira imaculada cuja perspectiva de vida mudou radicalmente devido a esta mesma possessão... talvez precisemos de deixar de ser tão inocentes (como ela o deixou de ser), talvez precisemos de recriar muitos dos nossos ideais e adaptarmo-nos a um novo mundo, a uma nova mentalidade, a um novo ser. E é neste ponto que reside toda a psicologia deste segundo ano da série: teremos nós a capacidade de mudar os outros e a nós próprios e revelar todos os Diabos deste mundo? Teremos nós a capacidade de nos alterar e de nos moldar consoante as exigências deste novo século? "
"Uma coisa é certa: esta novela conseguiu o feito de segurar os espetadores ao longo de todo o período de exibição. Mesmo com tanto tempo em antena, quem assistiu deixou-se encantar pela história de Júlia e Duarte. As personagens e diálogos próximos da realidade, as histórias bem trabalhadas dentro de cada um dos núcleos e o destaque dado a todos os intervenientes quase por igual – com exceção para os protagonistas que sempre estiveram em primeiro plano – foram alguns dos ingredientes responsáveis pelo sucesso. Valeu a pena sonhar? Claro que valeu, e que muitos irão sentir a falta desta companhia no horário nobre da SIC, disso não há dúvidas."
""In Care Of", o último episódio do sexto ano de "Mad Men", foi talvez o melhor final de temporada que a, já veterana, série apresentou. Normalmente, tudo acontece no penúltimo episódio de cada temporada, servindo o último apenas para arrumar a casa, colocando as peças todas em estado idêntico aquele onde que começaram. Em "Mad Men" as personagens abanam, mas tendem a regressar ao seu lugar-comum. A mudança ocorre, mas não perdura. Neste décimo terceiro tomo, tal não aconteceu. Aquilo que andou a ser apresentado, durante toda a temporada, trouxe mudanças realmente significativas. Pois não só se viu Don (Jon Hamm) mais próximo de voltar a ser Dick Whitman, como as dinâmicas deste sexto ano dificilmente se repetirão. E se a série de Matthew Weiner já me deixa boquiaberto quando passa a ideia de que nada se passou, o que hei-de dizer quando me deixa sem saber para onde irá de seguida. Bravo."
"Rectify é uma daquelas séries brilhantes, subtis e únicas sobre temas como a injustiça, o preconceito e o tempo, sempre com um lado muito humano e real - seja ele positivo ou negativo. Uma série que vai crescendo com o espectador, com uma profundidade incrível e que nos deixa a meditar durante muito tempo após o fim de cada episódio. Não precisando de grandes reviravoltas narrativas para isso, basta-lhe apenas mostrar a figura humana como ela e deixa o espectador assombrado por muito tempo. Uma série que aborda um tema reconhecível, mas de um ponto de vista completamente singular e distinguível. Poderá frustrar alguns espectadores por avançar e resolver pouco do arco narrativo ao longo da sua primeira temporada, mas a forma orquestrada com que conduz a acção é única."
""Sonhar era Fácil" é um dos produtos mais interessantes e mais bem trabalhados que a televisão portuguesa deu ao Mundo nos últimos anos. Constituído por cinco episódios de cerca de cinquenta minutos cada, esta série pretende dar a conhecer os principais filmes e personalidades que fazem parte da tão-vulgarmente designada "época de ouro" do Cinema Português. Através de excertos dos filmes, na sua maioria, com protagonistas de alto gabarito como António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho, acompanhados por um rol inesquecível de atores secundários, e com entrevistas de arquivo com realizadores e intérpretes das fitas, é feita a análise da importância de que estas obras têm para a compreensão do Portugal de então, seus valores e costumes, e também da forma como estas películas passaram de geração em geração, conseguindo ainda hoje fazer rir e proporcionar momentos inesquecíveis para quem as quiser ver."
"Encontrar a série certa que nos consegue agarrar por episódios a fio, a ponto de vermos diversos capítulos de rajada, é algo que nem sempre acontece, estando quase sempre dependente da nossa ligação à mesma. Nesse sentido, a nossa descoberta tardia de "That '70s Show" surgiu como uma agradável surpresa, com a primeira temporada a surgir fortíssima, conseguindo soltar vários risos, manter toda a nossa atenção e fazer-nos sentir como parte da história de um grupo de adolescentes invulgares e dos seus familiares ao longo da década de 70. Criada por Mark Brazill, Bonnie e Terry Turner, um trio que colaborou no desenvolvimento da série "3rd Rock From the Sun", "That '70s Show" contou com oito temporadas, exibidas entre 23 de Agosto de 1998 e 18 de Maio de 2006, na Fox, algo que se traduz em 200 episódios regados com bom humor, muitos risos, algum drama, romances, momentos inesquecíveis, desenvolvimentos de personagens, reviravoltas inesperadas e uma última temporada cujas saídas de Topher Grace e Ashton Kutcher do elenco regular, aliadas a uma falta de criatividade, deitaram quase tudo a perder."
"The Following" começou muito bem, com um piloto portentoso, mas, aos poucos, foi perdendo o rumo certo, andando a vaguear quase meia temporada para que estes dois episódios finais estivessem cheios de reviravoltas. Talvez tivesse sido mais proveitoso se algumas destas situações tivessem acontecido mais cedo, assim como desenvolver competentemente as personagens, as suas ligações, o seu passado e as suas motivações. E este episódio, ainda que não seja perfeito, mostra-nos que a série teria sido capaz disso e muito mais. É pena. Agora, só resta esperar para ver se há possibilidade de a história continuar com o mínimo de lógica no próximo ano. Mas estará o público convencido a regressar para a segunda temporada?"
"Dentro das limitações que fazer uma série sobre um povo conhecido por pilhagens, violações e assassínios implica para um canal de cabo básico (sem ser pago) e cujo objectivo principal é ser educativo, "Vikings" revela-se um produto bem mais sumarento do que inicialmente preveria, isto no sentido de que esperava algo com um propósito mais instrutivo, mais vocacionado para a habitual grelha do canal, e não tanto ficcionado."
2 comentários:
Wow! Obrigado! É uma honra para mim estar nomeado numa categoria que sei não é a "minha praia", ao lado de blogues como TVDependente, entre outros!
Obrigado, não estava nada à espera! :) Tal como o Tiago, a TV não é o assunto que escrevo com maior conhecimento e/ou aprofundamento, e fico feliz por estar nomeado entre tantos gigantes! :)
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