Rosario Russo (Toni Servillo) é o dono de um restaurante italiano perto de Frankfurt, na Alemanha, figura simpática e querida para todos os que o conhecem. Ninguém faz ideia que, quinze anos antes, Rosario era um mafioso com trinta e dois assassinatos na carteira e um estatuto ímpar no meio. Mas quando o feitiço virou-se contra o feiticeiro e a sua cabeça ficou a prémio, desapareceu do radar napolitano para proteger a sua família e começou esta nova vida, uma vida tranquila, longe de tudo e todos, com uma nova identidade, uma nova família e um novo ofício. Mas o passado volta agora para acertar contas na pele do seu filho Diego, também ele um criminoso em ascensão na máfia, o único que tinha conhecimento do paradeiro de Rosario.
Realizado por Claudio Cupellini, "Una vita tranquilla" revela-se um thriller criminal dividido em duas partes com um ritmo totalmente antagónico: uma primeira de construção de identidades, que arde lentamente entre planos longos - destaque para o da cozinha - e uma bela fotografia, mas algo cansativa narrativamente para o espectador na sua excessiva serenidade; e uma segunda, onde o ambiente torna-se intenso, as máscaras caiem e o espectador é presenteado com um final corajoso. Longe de ser uma obra-prima, "A Quiet Life" (a fita não tem ainda distribuição ou título em território nacional) é, ainda assim, um belo exemplo cinematográfico da influência de um passado criminoso na vida de um "novo" ser, de uma relação pai-filho deturpada pela máfia e das vulnerabilidades a que um Homem se sujeita por aqueles que ama. Comandado por um fantástico Toni Servillo (estrela também de filmes como "Gommorah" ou "Il Divo"), é ele o maior trunfo da história; nos seus olhos sentimos a frustração e a dor de uma personagem que sabe que o fim está próximo. Uma alternativa similar, mas muito competente, para os adeptos de "A History of Violence".
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