quinta-feira, janeiro 09, 2014

Gravity (2013)

A novata Ryan Stone (Sandra Bullock) e o veterano Matt Kowalski (George Clooney) encontram-se em missão espacial com o objectivo de reparar um satélite com problemas técnicos. Quando tudo corria de acordo com os planos, mais enjoo menos enjoo de Stone, eis que são surpreendidos com a explosão de um satélite russo em órbita que provoca uma chuva de detritos que irá destruir a sua nave e deixá-los abandonados na escuridão do espaço, sem comunicações com a Terra e dependentes um do outro para encontrar uma forma de sobrevivência. Cada minuto que passa é menos um com oxigénio disponível, pelo que no meio do caos silencioso terão que encontrar uma solução rápida para sobreviverem.

Considerado um dos grandes favoritos do ano a ganhar os mais importantes prémios da indústria, "Gravity" revela-se uma experiência técnica e visualmente visceral, que provavelmente será o mais próximo que todos nós, comuns mortais, teremos de estar presencialmente no espaço. Isto porque "Gravidade" é claramente um filme feito e pensado para uma tela gigantesca com tecnologia 3D e, nessa vertente, terá sido sem dúvida alguma uma obra cinematográfica de relevo impressionante e duradouro. Mas, fora dela, na sua transição para o cinema em casa, as suas fraquezas e incoerências de linha narrativa ficam destapadas, perdendo o filme do mexicano Alfonso Cuarón muito do seu deslumbramento. Não deixando de ser um estudo psicológico empenhado, chega a ser embaraçosa a pouca naturalidade com que algumas das imagens icónicas da película surgem na narrativa, da posição fetal de Stone em pleno espaço ao levantar final - a fraqueza natural dos membros é esquecida minutos antes quando o esforço necessário era muito maior -, parecendo algo forçada a tentativa de Cuarón em dar toques simbólicos e interpretativos Kubrick-a-like à sua incursão sci-fi galáctica. Na imensidão computorizada do espaço, não deixa de ser engraçado que as únicas vertentes que parecem plásticas e superficiais são o rosto e as expressões faciais de Bullock, destoando em absoluto com o domínio soberbo dos efeitos especiais da obra, que de tão bons que são passam completamente despercebidos ao espectador.

1 comentário:

Ana Sofia Santos disse...

já não me sinto tão só... ufaaaaa

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