Depois de uma valente ressaca em Las Vegas e de uma tirada a papel químico alguns anos depois em Banguecoque, a matilha voltou para um terceiro e último capítulo, anunciado como a conclusão "épica" para uma das sagas cinematográficas recentes mais rentáveis na bilheteira nacional e internacional. Desta vez, Phil, Stu e Doug estão pela Cidade dos Anjos, reunindo-se com um objectivo complicado: levar Alan para uma instituição de saúde mental chamada "New Horizons", de modo a que este recupere de algumas crises recentes relacionadas com o falecimento do pai. Tudo a correr conforme os planos, até ao momento em que, em plena viagem automóvel, são raptados por um mafioso (John Goodman), que os obriga a encontrarem o lendário Mr. Chow (Ken Jeong) a troco da vida de Doug. E eis que começa nova aventura - ainda que com menos álcool no sangue - que os levará não só a um México sórdido, como de volta à extravagante Las Vegas.
Importa começar por afirmar que "A Ressaca - Parte III" de épico, como prometeu, não tem nada. Todd Phillips limita-se a encher os bolsos ao máximo com uma sequela final tão desnecessária quanto rentável, construída de forma preguiçosa em cima do joelho, sabendo o realizador que não teria que se esforçar muito para alcançar o sucesso comercial óbvio resultante das indicações de box-office dadas pelos dois primeiros hits do franchise. Dinheiro fácil em torno de um quarteto com química mas já sem energia, que se deixa socorrer narrativamente por secundários como Goodman, Jeong ou Melissa McCarthy, tornando-os os reis da festa à falta de melhor. Sobram uma ou duas gargalhadas - a cena pós-créditos dos implantes mamários e, dirão alguns, a cabeçada fatal da girafa - e pouco mais. Descansa em paz, "A Ressaca", e por favor não ressuscites em forma de continuações adolescentes injustificáveis à le "American Pie".
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