Antigo agente dos serviços secretos norte-americanos, Bryan Mills (Liam Neeson) e a família parecem já ter recuperado do trauma que os envolveu quando, alguns anos antes, a filha foi raptada em Paris por um grupo mafioso do leste da Europa, despoletando uma série de acontecimentos dramáticos que obrigaram Bryan a um one-man show de tiroteios, pancadaria e tortura de modo a conseguir salvar a sua mais que tudo de uma rede internacional de prostituição. Agora de férias em Istambul, na Turquia, mal imaginam os Mills que alguém os procura para um ajuste de contas.
Realizado por Olivier Megaton - responsável pelo simpático e competente "Colombiana" -, "Taken - A Vingança" fica a milhas do seu predecessor, a todos os níveis, por uma mão cheia de razões: para começar, falta-lhe o efeito surpresa do original de 2008, digno autor de algumas das cenas de acção - e tensão - mais carismáticas da última década; consequentemente, as expectativas elevadas de uma sequela meritória revelam-se inevitáveis, provocando um desgosto maior no espectador quando, na verdade, enquanto produto isolado "Taken 2" nem é mau de todo; depois ainda temos uma narrativa que trata como adolescente inocente uma actriz trintenária que, de miúda, pouco ou nada tem; e, pior ainda, quando a mesma criança passa de uma total aselha ao volante, daquelas que chumba no código tentativa após tentativa, para uma autêntica ás das estradas e da borracha queimada quando o perigo assim obriga. Outras incongruências narrativas mancham uma premissa ainda assim interessante - mesmo que pouco credível -, valendo-nos Neeson sentir-se quem nem peixe na água nesta personagem que lhe é indissociável. De resto, cenários ricos, ricos cenários nas bilheteiras (400 milhões contra os 45 de orçamento) e a falta de uma saga de características semelhantes à sua altura - quase todas série B as que por aí andam - levam-nos à conclusão que, para a glória ou para a desgraça, um terceiro capítulo é inevitável.
Sem comentários:
Enviar um comentário