Dividido em sete sketches que exploram de forma irónica alguns tópicos tabus associados à sexualidade, "O ABC do Amor" foi o quarto filme da carreira de Woody Allen, o primeiro a revelar-se um sucesso na bilheteira, com receitas internas dez vezes superiores ao seu limitado orçamento de dois milhões de dólares. Do verdadeiro efeito dos afrodisíacos à sodomia, do orgasmo feminino aos travestis, dos tarados sexuais à ejaculação precoce, Allen e companhia - e que boa companhia, ou não tivesse o realizador nova-iorquino convencido verdadeiros ícones da altura como Burt Reynolds, Gene Wilder ou Lynn Redgrave a alinhar nesta brincadeira colectiva - constroem um filme desequilibrado que, é verdade, resulta melhor em teoria no papel do que efectivamente na tela, mas que, ainda assim, oferece algumas gargalhadas sinceras e várias homenagens cinematográficas relevantes, com especial destaque para a que é feita a Antonioni, com o segmento da mulher que só consegue ter orgasmos em locais públicos. Claramente um clássico menor no riquíssimo currículo de Allen, mas obra fundamental para catapultar o multifacetado humorista em Hollywood.
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