Primeira fita com classificação etária restrita a maiores de dezoito anos a conquistar o Óscar de Melhor Filme, "O Cowboy da Meia-Noite" chocou Hollywood no final dos anos sessenta com a exploração mainstream de temas sombrios como a homossexualidade, a prostituição e a violação. História de um jovem texano armado em playboy na urbana Nova Iorque e da sua amizade improvável com um ítalo americano aldrabão e sem-abrigo, "Midnight Cowboy" foi o espelho de uma era radical nos Estados Unidos da América, onde uma geração hippie lutava nas ruas contra padrões pré-definidos e moribundos de comportamento social. Construído em catarse, com recordações recalcadas a justificarem constantemente as acções e os medos de Joe Buck, a obra de culto de John Schlesinger ("Marathon Man") tende a banalizar-se com o seu envelhecimento - e respectiva evolução da sociedade -, mas será para sempre recordada como uma pedrada num charco pestilento, onde ser moralmente desigual era perigoso até no box-office. E quem não se lembra de cantarolar "Everybody's Talking"?
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