Vencedor de dez estatuetas douradas da Academia norte-americana - entre as quais a de Melhor Filme e Melhor Realizador -, "West Side Story" é ainda hoje relembrado como um dos musicais de Hollywood de maior sucesso e impacto em todo o mundo. Com uma banda sonora inolvidável, diversos temas como "America", "Somewhere", "Maria", "The Jet Song", "I Feel Preety" e "Tonight" a conquistarem um selo de intemporalidade e coreografias tão arrebatadoras quanto ritmadas, "Amor Sem Fronteiras" transpôs de forma irrepreensível o hit teatral da Broadway para a grande tela. Ainda que, com um orçamento na altura escandaloso de seis milhões de dólares, convites recusados por estrelas como Elvis ou Hepburn para os papéis principais e ninguém do elenco original a dar um passito de dança na versão cinematográfica, não tenha faltado polémica suficiente para tornar a sua produção famosa e a sua estreia uma incógnita.
Versão adaptada da tragédia amorosa shakesperiana de Romeu e Julieta, com bandos rivais nova-iorquinos à mistura (os norte-americanos Jets e os porto-riquenhos Sharks), o filme co-realizado por Robert Wise e Jerome Robbins (este último, coreógrafo da peça teatral, foi despedido pelos produtores a meio das filmagens, devido à sua continua insatisfação com as cenas musicais e com as ideias de Wise, recebendo ainda assim o Óscar na altura devida) foi considerado o segundo melhor musical de sempre pela American Film Institute - apenas batido por "Singin' in the Rain" - e mantem-se hoje, nos seus dois actos, tão moderno e revigorante como no início da década de sessenta. Na altura, a sua mensagem contra a discriminação e contra a violência racial, dois anos antes do famoso "I Have a Dream" de Martin Luther King, foi passaporte assegurado para o sucesso na crítica. O público, esse, não resistiu aos encantos de Natalie Wood, Rita Moreno, Richard Beymer e George Chakiris.
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