António, nos seus trintas, acaba de sair da prisão e, devido a algumas sessões de terapia de grupo, está convencido que a psiquiatria é o seu futuro. Sem um curso que lhe abra portas a esse sonho recente e sem dinheiro para estudar, acaba por ter que se render à oportunidade de ser taxista e conseguir deste modo juntar alguns trocos. Infeliz da vida, António julga ainda assim que os seus quatro grandes amigos de infância estão ainda pior do que ele. Jorge foi abandonado pela mulher, Miguel passa a vida a fazer o que a esposa manda, Charlie finge ser um actor de sucesso para impressionar meio mundo e Ramon tem chatos lá em baixo por se ter aventurado com uma prostituta. Decidido a ajudar os amigos a ganharem um novo ânimo - qual psiquiatra de elite -, António reúne a pandilha e convoca-os a participar num campeonato de futebol de sete, defendendo que uma vitória em campo seria a chave para um novo começo nas suas vidas. Decididos a ajudar o pobre António a adaptar-se à sociedade após o enclausuramento de que foi alvo, os quatro amigos alinham na ideia. Ou seja, no fundo ninguém queria jogar mas todos o fizeram a pensar que estavam a ajudar o próximo. Vencedor de um Goya para Actor Revelação (Fernando Tejero), "Días de fútbol" tem alguns momentos divertidos e interessantes na sua narrativa, mas perde a sua credibilidade através de sucessivos gags que revelam uma necessidade incompreensível de fazer rir o espectador através da estupidez e do surreal (pioneses no rabo ou telemóvel à cintura durante os jogos, por exemplo). Ainda assim, um elenco equilibrado e competente e um retrato de grupo coeso e engraçado justificam uma oportunidade.
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