quinta-feira, julho 31, 2014

Transformers: Age of Extinction (2014)

Considerados agora um perigo para a humanidade, os Transformers são uma espécie em vias de extinção. Os poucos que sobreviveram escondem-se agora das autoridades norte-americanas e de interesses corporativos que os caçam com o único objectivo de desenvolver a sua revolucionária tecnologia molecular e, com isso, ganhar milhões. Até que o planeta e as bestas dos humanos ficam, uma vez mais, em risco de passarem desta para melhor e os Autobots, incompreendidos e mal-amados, acabam por se revelar a única hipótese dos terráqueos contra os Deceptions. O que se segue é um festival doloroso - para não dizer merdoso - de efeitos especiais, em que imagens digitalmente criadas lutam e atropelam-se umas às outras, para gáudio de todos aqueles que esqueceram que o cinema, mesmo nesta vertente bilionária da ficção científica, é uma arte cujo espectador merece muito mais profundidade narrativa do que aquela que acontece neste jogo de computador visualmente desordenado e confuso, sem coração nem razão, que vive e sobrevive com o propósito único de encher os bolsos às custas de resultados de bilheteira, nesta altura do campeonato, inexplicáveis.

Sem dúvida alguma o pior capítulo de uma saga que, por si só, já estava nas ruas da amargura cinéfila, "Transformers: Era da Extinção" é, além de uma nulidade narrativa e intelectual assente em todos os clichés patrióticos típicos de Michael Bay, uma fita visualmente cansativa, que destrói qualquer neurónio resistente com a chuva de metal digital que salpica cada plano da história após a introdução das personagens. Se esses primeiros vinte minutos safam-se entre a lente hábil de Bay a filmar as simples conexões familiares e o magnetismo habitual da figura feminina da série (Nicola Peltz é uma digna sucessora corporal - reparem no detalhe - de Rosie Huntington-Whiteley e Megan Fox), o resto é lixo metálico enferrujado, perigoso para qualquer cinéfilo que não esteja vacinado contra o tétano. E a prova final num julgamento antigo que insistia em acreditar que Michael Bay seria o mais capaz sucessor de James Cameron. Talvez numa outra vida.


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