Em "
Velocidade Furiosa 7" vale tudo. E, quando assim é, o que se ganha em espectáculo perde-se em objectividade: a "família" de Dominic Toretto passeia pelo ecrã como se tratassem de super-heróis da Marvel versão Universal, privilegiados com poderes sobre-humanos que lhes permitem sobreviver a qualquer queda, acidente ou catástrofe, em grande estilo, sem sequelas físicas nem reacções hormonais ou emocionais - não há suor nem pânico nas faces dos heróis, por mais medonha que seja a situação. O impossível e o altamente improvável substituem o coerente e o credível na narrativa trabalhada pela primeira vez na saga pelo interessantíssimo James Wan ("
Saw", "
Death Sentence", "
The Conjuring") mas, incrivelmente, toda essa despreocupação resulta num produto estupidamente tão divertido quanto visceralmente prazeroso. Para memória futura ficam duzentos e trinta carros destruídos, uma edição desleixada e irritante de algumas cenas de acção - troca o ângulo, mudam as posições corporais -, um toque de graça de Kurt Russell, a noção de que Jason Statham é muito mais actor do que qualquer outro com quem contracene aqui, o mais longo e também mais rentável capítulo de uma série sem fim à vista e, por fim, uma homenagem belíssima a Paul Walker nos minutos finais, fugindo à saída fácil e esperada - a morte da sua personagem. Para o oitavo, façam o favor de arranjarem um UMM, um Sado e um MG Canelas.
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