"
Hot Girls Wanted" poderia ter sido um cativante documentário sobre a pornografia "
amadora" online, mas resultou antes num estudo mediano sobre as parvoíces da adolescência e os sonhos de um conjunto de raparigas que, durante três ou quatro meses, usaram o corpo para ganhar alguns milhares de dólares e, com isso, sonhar com uma vida melhor, fora da terrinha e longe dos pais. O problema é que, salvo raras excepções, tudo não passa de um fogacho alimentado pela audiência - ou falta dela -, onde o regresso à origem é inevitável, sem hipóteses de apagar as marcas, psicológicas e físicas, do que aconteceu durante esse tempo. Quase sempre focado na parte pessoal e não na vertente mais interessante - o background e os meandros do negócio bilionário -, o documentário distribuído pela Netflix deixa ainda assim para a posteridade um facto ridículo da lei norte-americana: se uma mulher receber 300 dólares por sexo, é prostituição; se receber 300 dólares por sexo e o acto for filmado para distribuição, não há qualquer ilegalidade. Mesmo que depois recebam rata - pareceu-me um termo adequado ao assunto - dos lucros daí provenientes.
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