Documentário biográfico sobre o uruguaio Gonzalo Rodríguez, considerado por muitos especialistas como um dos melhores pilotos de categorias inferiores que nunca teve a oportunidade de conduzir na Fórmula 1, "
Gonchi" é uma belíssima homenagem a uma personagem desportiva ímpar que faleceu, vítima de um brutal acidente, durante a qualificação para a sua segunda corrida como profissional no circuito norte-americano equivalente à F1. Dono de um sorriso contagiante - um dos relatos de arquivo afirma que Jack Nicholson podia aprender com Gonzalo alguma coisa para o seu Joker -, um desportivismo raro - era constantemente penalizado por infracções durante a corrida, chegando a ver vitórias serem desqualificadas, algo que aceitava com um sorriso na cara, chegando mesmo ele próprio a ir entregar o troféu aos vencedores oficiais - e um estilo de condução alucinante - ultrapassava constantemente com metade do carro fora da pista, a pisar a relva, em curvas onde em teoria era impossível fazer qualquer ultrapassagem (e daí o lugar cativo, como brincava, que tinha na sala dos comissários), Don Rodríguez brilhou na Fórmula 3000 onde conseguiu vencer os Big 3: Spa-Francorchamps, Nürburgring e Mónaco. Longe de ser um piloto rápido (nunca fazia grandes tempos nas qualificações, partindo sempre do meio da grelha), era um louco nas corridas. O notável Juan Pablo Montoya, seu grande amigo e rival na Fórmula 3000, afirma a certa altura do documentário que Gonchi tinha uns
cojones sem igual nas pistas; mas era a sua personalidade cativante fora delas que conquistou e deixou saudades em todos os que conviveram com ele. Uma história de vida, muito mais curta do que merecia, para ser descoberta na Netflix nacional. Obrigatório para qualquer fã de "
Senna".
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