Que belíssima e inesperada surpresa. "
Ele Está de Volta", disponibilizado recentemente na Netflix portuguesa, parte de um pressuposto tão simples quanto polémico e audacioso: e se Hitler, como que por magia, voltasse à Alemanha dos dias de hoje? Um país repleto de turcos, programas estranhos nas televisões, miúdos com camisolas do Cristiano Ronaldo e em que todos têm acesso a uma tecnologia fantástica chamada... Google. Uma nação que vê nele agora um comediante inofensivo (mas muito pertinente), sem se aperceber que se trata realmente do maléfico Fuhrer num plano brilhante para voltar ao poder usando a influência da televisão e dos mass media. Uma sátira tão deliciosa quanto impetuosa, que deambula entre um estilo Borat
esco e um registo mediatizado/ficcionado do Mein Kampf, que num tom jocoso aborda uma mão cheia de problemáticas sociais e políticas que a Alemanha, em particular, e a União Europeia, em geral, enfrentam nos dias que correm. "
Ele está no meio de nós", numa comédia séria como o diabo com um papelaço - muitas vezes improvisado - de Oliver Masucci, dois twists finais de categoria, homenagens artísticas a Leni Riefenstahl (a imagem que vem do céu e acaba em Berlim) ou "
Der Untergang" (na sua mais famosa e replicada cena) e uma mensagem muito séria sobre o estado das sociedades e dos modelos governativos que julgamos irrepreensíveis. Duas cenas para dificilmente esquecer? Hitler a ser espancado por neo-nazis e a criação da sua conta de e-mail. O fim da picada? Quando Hitler dá cabo de um cão. Assim anda o mundo.
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