"
Arrival" é um sci-fi agridoce: visualmente tão competente quanto limpo e sereno - e como isto é raro nos dias que correm, repletos de blockbusters com frames a quebrarem a velocidade da luz para disfarçarem as suas lacunas -, narrativamente um drama apocalíptico muito mais superficial do que parece, numa primeira parte com uma mão cheia de ideias interessantes mas uma segunda completamente orquestrada e montada em prol da conveniência de um MacGuffin patético, esquecendo momentos-chave para que várias cenas da sua resolução fizessem algum sentido - dentro, claro, de um conceito temporal fantasioso. O canadiano Denis Villeneuve (que tem em "
Prisoners" o seu melhor filme) está justamente nas boas graças de Hollywood mas é Amy Adams quem leva "
Arrival" às costas, não fazendo qualquer sentido a sua ausência nas várias nomeações que o filme arrecadou para a próxima cerimónia dos óscares.
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