Uma sonoplastia hipnotizante, uma banda-sonora apaixonante e um final lindíssimo, que foge sem medo a todas as convenções do género. De resto, tudo muito longo - uma hora e meia teria chegado para tanto cinema mas tão pouca história -, muito artificial - quase todos os momentos musicais da primeira hora caem de forma pouco autêntica no ecrã, arrancando Gosling e Stone num piloto semi-automático que pouca ou nenhuma química demonstra - , muito morno, sem rasgos de interpretação ou a audácia de mais silêncios - como a cena do jantar, provavelmente a única que permitiu à dupla do momento representar sem artimanhas técnicas do tão jovem quanto talentoso Damien Chazelle (que se estreou na realização com "
Whiplash", na minha opinião uma epifania apoteótica entre o cinema e a música muito mais conseguida do que esta). Tanto Gosling como Stone já tiveram uma mão-cheia de papéis muito mais interessantes e desafiantes do que estes em "
La La Land", pelo que não se percebe o burburinho instalado em Hollywood para que levem as estatuetas que deveriam abrilhantar este ano as estantes de Affleck e Huppert. As restantes, num filme que parece ter sido feito de propósito para os jurados dos óscares, vão cair lá todas, incluindo a mais cobiçada da noite. Podem tirar
printscreen, a margem de erro é zero.
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