Enquanto heroína - ou, neste caso, anti-heroína -, a personagem que dá nome à série da Marvel concebida para a Netflix tem pouco interesse. O que vale, e muito, à primeira temporada de "
Jessica Jones" é a existência de um vilão irrepreensivelmente bem construído e apresentado de base não só no seu poder - controlo de mentes - como na sua grande fraqueza, uma paixão não correspondida pela detective privada interpretada por Krysten Ritter. Sempre que Kilgrave (o escocês David Tennant, cara bem conhecida da excelente "
Broadchurch") entra em cena, o magnetismo do espectador pela sua crueldade despreocupada é inevitável. Tudo o resto, de Luke Cage a Trish Walker, acaba por ser mal trabalhado, enfiado a espaços numa narrativa que arranca a soluços mas lá consegue endireitar-se nos episódios finais. O finale, esse, longe de desiludir, acaba ainda assim com o único motivo de interesse da série. Segunda temporada?
Estou nem aí.
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