O exagero é a mentira da gente honesta e, por isso, nesta sequela do filme que o estreou na realização, Chad Stahelski usou e abusou daquilo que tão bem sempre soube fazer em dezenas de blockbusters nos últimos vinte anos: coreografias de acção trabalhadas ao mais ínfimo pormenor. E, nesse capítulo, "
John Wick 2" é um mimo, uma autêntica explosão de estilo, um cocktail hiperbolizado de violência e stuntwork, que abafa e disfarça quase tudo o que lhe falta noutras áreas: emoção, sentido narrativo ou a mínima credibilidade nas próprias cenas de acção. A primeira hora é fogo-de-artifício para inglês ver na Quinta do Lago, a segunda já enchia o olho ao Alberto João na baía funchalense. Ficam agora abertas as portas para encerrar a trilogia com chave-de-ouro, numa odisseia de Wick contra o mundo. Ou, melhor, porque o que ele quer mesmo é reformar-se, do mundo contra Wick.
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