Qual receita da avó para toda a família ficar satisfeita, do pai fascinado pelo visual futurista soberbo criado pelo mexicano Rodrigo Prieto, à mãe emocionada pela história de amor à papo-seco que sobrevive à mais cruel das traições - bem como a outra morte à Titanic -, sem esquecer os filhos adolescentes cujos olhos brilham com as carinhas larocas de Lawrence e Pratt, "
Passengers" não deslumbra dentro das suas infinitas potencialidades filosóficas mas, verdade seja dita, molda-se numa espécie de romance interestelar mais do que competente. Mas bom bom seria que a sua premissa e o seu conceito fossem oferecidos a um leque diverso de realizadores, que lançariam a sua versão de "
Passageiros" uma vez por ano, do filme paranóia à "
The Shining" com Pratt a caçar a Jenninha de capacete posto, ao alucinado Alleniano em que o herói abandonado acordava todas as mulheres que estavam em hibernação, despachando os homens, sem esquecer o bom thriller Fincheriano, com amigos imaginários e criaturas horripilantes no espaço. No meio de tanta possibilidade, a brincadeira do norueguês Morten Tyldum ("
Headhunters") saca nota suficiente para passar de ano. Mas esqueçam lá o Quadro de Honra.
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