De quando em vez, aparece um documentário do nada no Netflix que merecia ser visto por todos aqueles cujo conceito de herói passa pelas botas do Cristiano Ronaldo ou a noção de opressão e dificuldade assenta na má disposição e intransigência do chefe no trabalho. Os outros todos também, mais não seja porque "
Tickling Giants" é uma enorme lição política e social sobre o passado, presente e futuro do Egipto, uma que rapidamente contextualiza muitos dos problemas actuais que tantas vezes enchem jornais e noticiários. Duas horas que atravessam a curta carreira humorística de Bassem Youssef, o Jon Stewart egípcio ex-cirurgião, desde o seu programa sensação no YouTube durante o regime de Hosni Mubarak ao show de sátira política na televisão com uma audiência de quarenta milhões que acabaria banido e censurado por uma "
democracia eleita com 98,6% dos votos". A sátira como arma contra uma retórica nacionalista, como vacina contra o medo. Porque a revolução não é um evento, é um processo, e a liberdade de um povo será sempre julgada pelo volume do seu riso. Jon Stewart tens toda a razão, tu é que és mesmo o Bassem Youssef americano.
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