Um novo herói, um novo dia. Eric Carter não é Jack Bauer, mas não é por aí que este reboot televisivo de uma das melhores e mais relevantes - a nível político e cultural - séries do início do milénio sabe a pouco. Falta-lhe a coragem do passado em despachar personagens-chave de forma totalmente inesperada, o rigor e o critério da, chamemos-lhe, transmissão ao vivo, onde cinco minutos eram realmente cinco minutos - tudo levava o seu tempo e, por exemplo, uma viagem de carro de um ponto de acção para outro demorava meio episódio e não um par de cenas - e, por fim, a imprevisibilidade narrativa daqueles últimos segundos, os famosos cliffhangers bauerianos, que nos obrigavam a longas maratonas - ou terríveis desesperos semanais, consoante o modo de consumo. Tudo certinho demais para quem se habituou a Bauer e companhia. Mensagem política? Tendo em conta os dias que correm, totalmente irrelevante. Porque a realidade é agora mais assustadora que a ficção.
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