O mexicano Isaac Ezban volta à carga com uma carta de amor low-sci-fi anos cinquenta/sessenta escrita e pensada algures numa dimensão de "
The Twilight Zone", esquecendo-se que uma das principais armas da disruptiva série de Rod Serling era apresentar os seus conceitos alternativos numa curta duração de tempo - nunca mais de cinquenta minutos. Aqui, nesta espécie de follow-up do sucesso inesperado que foi a sua estreia metafórica e claustrofóbica com "
El Incidente", Ezban arrasta toda uma história peculiar durante demasiado tempo, perdendo a atenção e a boa vontade do espectador, ainda para mais numa textura e iluminação de época que cativa a início mas cansa perto do fim. A explicação - um desfecho lógico que Ezban não dispensa, bem melhor aqui do que no passado - satisfaz, resolve inclusive algumas pontas soltas que tinham ficado da sua primeira longa, mas deixam também um amargo de boca nos mais exigentes, que com tão boa ideia em mãos ambicionavam muito melhor. Ainda assim, um nome para seguir com atenção nos próximos anos.
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