Documentário realizado por um amigo próximo do sueco Tim Bergling, conhecido por milhões de admiradores como Avicii, este "
True Stories" divide-se em três capítulos: o jovem génio por detrás da criação de alguns dos hits electrónicos mais revolucionários da última década; o desgaste provocado pela fama e pelos quase novecentos espectáculos em meia dúzia de anos um pouco por todo o mundo, todos eles submersos em álcool num ritual inevitável de descompressão de uma personalidade demasiado sensível para sobreviver ao negócio que foi criado ao seu redor - 250 mil euros por concerto e toda uma pressão para continuar quando já tinha decidido parar; e, por fim, numa breve nota de poucos minutos, o renascer de um jovem que procurava agora encontrar-se a si próprio depois de tantos problemas de saúde e ansiedade derivados da curta mas alucinante carreira que arrancara em 2011. Tudo, já por si, impressionante. Mas, depois do recente suicídio de Bergling, com um peso tremendamente mais avassalador. Afinal Avicii não se encontrou a si mesmo; porque nunca foi essa figura artística de palco, mas sim Tim, um músico de estúdio à procura do significado da vida e da felicidade, que várias vezes doou milhões aos mais necessitados - algo que decidiu ocultar neste documentário biográfico produzido e estreado em vida - mas que, citando Oscar Wilde, só percebeu, tarde demais, que a vida obriga-nos a pagar demasiado caro tudo aquilo que nos oferece.
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