Para muitos o melhor filme de sempre - que coisa feia de se dizer -, a verdade é que "
Citizen Kane" consegue quase sempre viver bem com as altas expectativas de quem o descobre pela primeira vez. Para quem o revisita, como foi o meu caso esta semana, mantém-se aquele feeling moderno e actualizado de uma obra com quase oitenta anos que moldou-se entre géneros - o mistério de investigação, o
biopic, a paródia
verité ao jornalismo e o peso do sucesso - e rejeitou uma linha narrativa linear, correndo riscos que resultaram num exemplar único e inteligente de cinema. Audacioso, um muito jovem Orson Welles (com apenas vinte e cinco anos) não quebrou regras; criou-as. Os pontos-de-vista múltiplos a servirem de arcos narrativos, os planos abertos, a sonoplastia inovadora, tudo em busca de uma espécie de MacGuffin imortal tão simples quanto decisivo.
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