quinta-feira, janeiro 24, 2019

Fyre (2019)

Eis a história de como um vigarista disfarçado pelos cada vez menos exigentes media como um "jovem empreendedor visionário" enganou milhares de pessoas, de colaboradores ao público em geral, com a promessa de um festival de música ultra-exclusivo numa ilha privada nas Bahamas, repleto de luxos e modelos de Instagram, iates e cabanas de sonho, facturando e prometendo pagamentos de milhões de dólares que, surpresa das surpresas, nunca aconteceram. O resultado foi um cancelamento inevitável no próprio dia, com milhares de pessoas desorientadas no local do suposto "acontecimento extraordinário", sem música, comida ou sequer um sítio habitável para dormir. Billy McFarland acabou condenado a meia dúzia de anos na prisão - enquanto aguardava julgamento na sua penthouse ainda tentou mais uns quantos esquemas com falsos bilhetes de centenas de dólares para os mais variados eventos de topo - e, o mais provável, analisando a história recente dos EUA, é acabar a concorrer à presidência do país daqui a vinte ou trinta anos. Tecnicamente, Chris Smith (responsável pelo maravilhoso "Jim & Andy") faz tudo bem: a edição revela-se imaculada, a história é contada de forma natural e progressiva e o ritmo nunca abranda. As intenções de quem o produziu, tendo em conta que foram também eles parte do problema original, bem... essa fica à interpretação de cada um. Vítimas ou aliados, eis um problema da justiça, não da Netflix.

2 comentários:

CineMutu disse...

No videoclube do Sr Joaquim encontras outro documentário sobre o mesmo festival,produzido pela Hulu que foi lançado uns dias antes do da Netflix.

É certo que não tem garrafas fálicas de água Evian.

Mas Fyre Fraud tem a vantagem de ter entrevistado Billy e acabam por ser menos parciais no que toca ao envolvimento da Jerry Media.


Ambos os documentários são bons e fazem um bom trabalho a alertar para o perigo do marketing e dos influencers das redes sociais.

Em portugal seria o equivalente à Diana Cu de Melância promover uma orgia no Hipstergram e o pessoal pagar milhares de euros para no final acabar a comer semen(tes)

Carlos M. Reis disse...

Hahahahaha, gostei da comparação. Sim, tinha conhecimento desse outro documentário, está na lista para a próxima ida ao Sr. Joaquim. Grande abraço.

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