De longe o melhor documentário de Michael Moore na última década, "
Fahrenheit 11/9" revela-se, ao contrário dos mais arrojados trabalhos de Moore - "
The Awful Truth" ou "
Bowling for Columbine", por exemplo - um retrato pessimista, drenado de esperança - nem o legado de Obama sobrevive a uma análise posterior e a escolha de Hillary pelos democratas como candidata às presidenciais é provada como adulterada pelo partido, ignorando o voto popular -, sem força para ser ousado num confronto directo com os responsáveis - a rega ao jardim do senador chega a ser patética de tão inofensiva que é - ou vontade para ser satírico e divertido, onde a mensagem é clara: os EUA estão condenados ao despotismo e talvez não mereçam mesmo ser salvos. Dos graves problemas sociais e políticos de um sistema antiquado ao medo das represálias daqueles que defendem a América branca e pura, armados (legalmente) até aos dentes, a Moore resta avisar os EUA do próximo passo de qualquer fascista/ditador: a busca pelo poder sem prazo, que não se limite a dois mandatos. Porque o impensável hoje, é realidade amanhã.
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