Não só quem nos odeia ou nos inveja, nos limita e oprime; quem nos ama, não menos nos limita. Que os deuses me concedam que, despido de afectos, tenha a fria liberdade, dos píncaros sem nada. Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada, é livre. O Ricardo Reis era o heterónimo de Fernando Pessoa que hoje em dia teria tempo e vontade para estes produtozitos inofensivos da Netflix, excelentes para encerrar em casal um dia complicado de trabalho, escolas, actividades extra-curriculares, banhos e jantares. Uma comédia mal arranhada ao bom estilo desse demónio chamado Adam Sandler, que se começa a ver às onze da noite e acaba-se na pausa de almoço do dia seguinte. Porque nada, senão o instante, me conhece. Porque abdicar é ser Rei de ti mesmo. Porque só mesmo um heterónimo que domine as suas paixões pode admitir que se divertiu q.b. com isto. De volta ao Álvaro de Campos, siga.
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