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You need an excuse, not a justification. There is no justification for walking into a bar and shooting an unarmed man five times. It’s a crime of the most serious order — the intentional, premeditated and deliberate killing of another human being. The elements are there: the actus reus and the mens rea, the guilty act and the guilty mind. You’re going to jail, and for a long time—unless you can find an excuse. Not a justification". Um olhar cínico sobre o sistema legal norte-americano, sem twists, sem flashbacks, sem clichés do género, sem artimanhas narrativas fáceis e comuns que manipulem o nosso julgamento, deixando cair rapidamente a sua faceta de thriller para aprimorar e valorizar uma excursão ambígua e provocadora pelos caminhos da justiça, tanto legal como moral. A certa altura dos seus rapidíssimos cento e sessenta minutos, deixamos de saber se torcemos por Stewart ou Scott - que elenco maravilhoso -, se Gazzara merece ou não absolvição, se o destino de um homem deve estar mesmo nas mãos de doze cidadãos tão diferentes quanto provavelmente inaptos a decidirem o que quer que seja com pressupostos legais. Porque são plasticina nas mãos de quem acusa ou defende, parte do circo que se forma em torno de um julgamento aparentemente óbvio, de um crime confessado e presenciado por inúmeras testemunhas. Juntem a tudo isto a banda sonora - e o cameo - de Duke Ellington, os créditos iniciais sob a alçada de Saul Bass, uma realização repleta de pormenores deliciosos de Otto Preminger - como a cena de tribunal em que Scott tapa propositadamente a linha de visão de Stewart - e, não é demais voltar a frisar, um James Stewart fenomenal (naquela que foi a última nomeação aos Óscares da sua carreira) e temos neste clássico do cinema um obra muito mais complexa do que aquilo que aparenta, um retrato em torno da ética da advocacia com muito mais perguntas do que respostas, tão actual há sessenta anos como agora.
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