A mais recente série de Álex Pina, responsável por um dos maiores e mais inesperados hits da Netflix ("
La Casa de Papel"), passa-se em Ibiza e resulta no mesmo misto de emoções e expectativas de quem lá vai pela primeira vez: uma pessoa planeia tudo e viaja cheia de vontade, diverte-se à brava dois ou três dias (episódios), conhece duas ou três personagens que deixam marca (Boxer, Zoe e Axel), faz uma série de asneiras que não devia fazer (histórias paralelas com drogas, orgias, retiros zen e o chouriço do Paulo Pires, um grande chouriço diga-se, tudo enfiado na narrativa para ganhar tempo) e acaba por voltar a casa mais arrependido do que satisfeito, com um peso na consciência difícil de lidar. Peso que advém de um final decepcionante, onde a grande revelação é feita por confissão, relações e conexões criadas pelo caminho são completamente abandonadas e esquecidas (o casamento de Zoe, a relação com a filha, a paixão com Boxer, as relações familiares dos Calafat, etc.) à espera de uma possível segunda temporada que, na verdade, pouco sentido fará se o principal objectivo for seguir a linha do narcotráfico induzida pela cena final entre Marcus e Andreu. Para a memória fica um papelaço do nosso Nuno Lopes, que certamente lhe abrirá muitas portas (e corações) a nível internacional.
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