Agradável surpresa num subgénero tantas vezes mal tratado. Não há pormenor técnico aeronáutico que escape ao alemão Patrick Vollrath, naquela que é uma das emergências mais sensíveis e imprevisíveis que invade pesadelos tanto de pilotos como de controladores de tráfego aéreo. Melhor que esse respeito e atenção à componente teórica/profissional de um sequestro em pleno voo, é a forma crua - e até cruel - como o drama é desenvolvido, de um realismo raro, sem fogo-de-artifício, sem artimanhas de super-heróis, sem twists ou ganchos cinemáticos fáceis para ganhar o espectador ao mesmo tempo que banalizam um acto de terrorismo em prol do espectáculo. Não há aqui tiques hollywoodescos, apenas um actor superlativo que, fechado num cockpit, num ambiente claustrofóbico, tão perto mas ao mesmo tempo tão longe do inferno, enche a pantalha como poucos.
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