Visualmente um mimo saudosista de uma era no cinema onde tudo parecia palpável por mais surreal que fosse - de uma faca mágica mal intencionada a um descendente de Gengis Khan completamente desenquadrado em Nova Iorque sem que ninguém ache estranho -, numa estética kitsch que não tinha vergonha das suas cores e vícios imprudentes, o grande problema deste "
A Sombra" é, pura e simplesmente, tudo o resto. Quinze minutos iniciais que pareciam um sketch televisivo de humor ao sabor do vento que passava na penugem peitoral de um Alec Baldwin rude e gadelhudo, personagens, tanto do lado do bem como do mal, estereotipadas ao limite, Baldwin constantemente desconfortável na gabardina de um super-herói, zero cenas de acção com brilho ou identidade própria, um super poder - manipulação da mente - usado tanto por herói como vilão apenas para umas parvoíces sem impacto nenhum relevante no desenrolar da trama e, por fim, todo um elenco secundário delicioso, de McKellen e Curry ao meu querido Peter Boyle, desaproveitados em prol de um herói e vilão sem charme nem metade do carisma destes. Ainda assim, melhor que qualquer Marvel recente. Pronto, estou a brincar. Estarei mesmo?
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