quarta-feira, março 31, 2021

Moonraker (1979)

Um vaivém espacial sequestrado em pleno voo de transporte às cavalitas de um 747. James Bond em queda livre sem paraquedas, depois de um engate que não correu bem a trinta mil pés de altitude. Jaws de volta, literalmente pronto para o circo. Cães esfomeados por uma Bond Girl, numa das cenas mais sórdidas da saga. Caixões com armadilhas, gôndolas com motor que transformam-se em hoverboards, perseguições náuticas nos canais de Veneza, humor slapstick uma mão-cheia de cenas, com sonoplastia a acompanhar. A Dra. BoaCabeça, porque é cientista da NASA - ou agente da CIA, talvez. Uma viagem de Concorde para o Rio de Janeiro, terra de samba, Carnaval e mulheres bonitas. O Jaws a parar as roldanas de um teleférico com as mãos e a cortar os cabos de aço com os dentes. O Jaws apaixonado pela Pipi das meias - ou mamas - altas. James Bond, o rei do gado, qual António Fagundes meets Clint Eastwood. Barcos com mísseis e asas-delta nas Cataratas do Iguaçu. Um oásis de mulheres deslumbrantes no meio da selva. Só podia ser armadilha, claro. Uma anaconda e uns guardas com capacetes de boxe amarelos. Um crematório privado nas fundações de um lançamento espacial. James Bond no espaço, rói-te de inveja Toretto. Michael Lonsdale, sem cabelo nem barba grisalha, com um plano para acabar com a vida humana na Terra. Astronautas e cientistas numa batalha de lasers em espaço aberto. Jaws finalmente no lado dos bons, prova de que uma grande paixão pode amolecer o mais metálico dos corações. A essência está toda cá, não percebo tanto ódio.

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