Um porco que não voa não passa de um porco. Mas um porco também não luta por uma questão de honra, luta por comida na pança. Tudo somado, contas feitas, mais vale ser um porco do que um fascista. E o resto é conversa. Conversa que só se percebe na dobragem inglesa disponível na Netflix, já que a legendagem portuguesa na versão original é atroz e descabida, tornando todo o enredo imperceptível. Miyazaki mais complexo do que aparenta, a história de um homem transformado em porco - sem grandes explicações - que se auto-isolou do amor, da felicidade, da guerra, da sociedade e do fascismo. Um conto bizarro (mas divertido) sobre aparências, sobre o livro de capa horrorosa com uma história fantástica no interior, repleto de ambiguidades na sua mensagem quase melancólica em torno das consequências das "guerras" desta vida, sejam com piratas da aviação ou piratas do parlamento. E aquela cena dos "aviões fantasmas"? Poesia para a eternidade.
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