Três histórias isoladas com Tóquio como único elemento em comum. Começamos com Gondry a transformar uma mulher numa cadeira. Sabemos mesmo quem somos? Somos o que queremos ser ou o que a sociedade quer que nós sejamos? Somos nós que transformamos as cidades em que vivemos ou as cidades que nos moldam a nós? Segue-se o pateta do enfant terrible do Carax com um monstro humano - o "Merde" - que não é nada mais do que o reflexo da sociedade que o rodeia. Politicamente incorrecto, japoneses e franceses caricaturados no seu pior, a guerra ao terror individualizada de forma tão ousada - sequência de abertura contínua e caótica, as mensagens escondidas à vista de todos - quanto presunçosa. E, por fim, Bong Joon-ho, mais pés-no-chão - ainda que a tremerem -, uma espécie de previsão apocalíptica do isolamento humano com doze anos de antecedência: seremos mesmo apenas livres, como Fernando Pessoa escreveu um dia, quando podemos isolar-nos do mundo que nos rodeia?
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