sábado, julho 17, 2021

Breathless (1983)

Confesso que parti sem esperança nenhuma. Nunca fui fã do original de Godard, uma obra a meu ver sobrevalorizada pelo tempo pela forma como quebrou estéticas, um tubo de ensaio vanguardista corrompido por um romantismo primitivo e um ritmo vagaroso. Mas não nesta homenagem de Jim McBride: fui conquistado cena após cena, envolvido e abraçado pela coolness pop de um Richard Gere sempre em ponto de ebulição. As roupas, os tons, os carros, a jukebox de fundo, presente ou imaginária, a energia, a tensão sexual constante, uma espécie de "Wild at Heart" meets Tarantino que transformam esta versão americana numa experiência exponencialmente mais divertida e rematada que a ode de jumpcuts de Godard. Mesmo que Gere não seja tão magnético quanto Belmondo e Valerie Kaprisky não chegue aos calcanhares, enquanto actriz, de Seberg. Subvalorizado, mas ainda assim inferior à "Breathless" das The Corrs. Alguém sabe delas, já agora?

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