quarta-feira, dezembro 08, 2021

No Time to Die (2021)

Que belo canto de cisne para Craig enquanto Bond. Que belo canto de cisne, aliás, para todo um arco narrativo, um vilão específico e toda uma era. Há quem diga que "No Time to Die" é um bom filme, mas não é um Bond. Não compreendo. Está cá tudo, mesmo que num tom diferente do que transportou entusiasmo durante décadas e gerações. Pela primeira vez em mais de trinta anos, Moneypenny, Q, Feliz Leiter e M juntos num filme da saga; a Toyota de regresso depois daquele maravilhoso descapotável branco de "You Only Live Twice", no Japão; Blofeld, qual Hannibal Lecter; perseguições de calibre técnico e visual irrepreensível; gadgets; Ana de Armas, com muito pouco sumo mas com portas escancaradas para um possível regresso e Léa Seydoux, talvez num dos papéis femininos mais profundos e importantes desde que Diana Rigg partilhou o ecrã com Lazenby no final dos anos sessenta; cinematografia, sonoplastia, tema principal, tudo nos píncaros com Cary Joji Fukunaga a mostrar a Sam Mendes que se pode ser bonito e sério sem ser chato e enfadonho. Mortes chocantes, M com uma faceta ambivalente refrescante e uma sequência inicial - a no passado, com Safin, provavelmente o único, enquanto personagem mas também actor, que não convence totalmente - do mais cruel e pungente que a saga já mostrou. Folha limpa para começar tudo de novo. Vamos a isso.

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