sábado, janeiro 01, 2022

Logan (2017)

Abordagens mais terra-a-terra de super-heróis: nada contra, tudo a favor. Mas não senti honestidade nenhuma neste processo de humanização dos mutantes em "Logan", culpa talvez da falta de mãozinhas de Mangold para escapar a tantos lugares comuns do género. A violência muito mais visceral funciona às mil maravilhas - aquele adamantium a rasgar carne humana como se fosse manteiga - e as paisagens áridas e poeirentas são, permitam-me o trocadinho, um lufada de ar fresco daquelas salganhadas de CGI que juntam grandes cidades, universos distantes e diversos superpoderes num pano verde gigantesco. Mas por mais eficaz que seja a pequena lunática ou mesmo Jackman enquanto farrapo alcoólico, Mangold não consegue criar qualquer química emocional na relação pai-filha nem credibilizar todo o lado vilanesco da história. Malta de fatinho, militares e SUVs pretos, que original. E Boyd Holbrook, pau mandado sem presença suficiente, carisma ou sequer personagem para ser a representação de todos os problemas de Wolverine e companhia. Pouca parra, média uva.

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