sexta-feira, abril 01, 2022

Dune (2021)

Visualmente irrepreensível - como é aliás habitual na filmografia de Villeneuve -, narrativamente um pastelão seco que só não provoca engasgamento porque esconde todos os seus defeitos - a melancolia dos longos planos para o vazio, as incontáveis visões da Zendaya que arrancam mais tempo de ecrã que a sua personagem efectiva, o Chalamet sem sal nem pimenta, o Mamoa com o único objectivo de mostrar o corpanzil, um segundo acto de duas horas que nem sequer acaba, intriga política de ensino básico e zero emoção em torno da acção e do destino das personagens - numa cinematografia e sonoplastia do mais alto calibre possível. O trabalho de Zimmer arrebatou-me por completo - até uma vuvuzela teria bom uso nas mãos do alemão - e, no meio deste nada que se mascarou de tudo para a maioria, fico apenas uma vez mais com a sensação de que o Josh Brolin faz passar por amador qualquer outro actor que partilhe uma cena com ele. Faltou ritmo, faltou alma, faltou uns oásis no meio de tanta areia. Uma mulher lindíssima de olhar, terrível para conversar. Quem se aventurar na segunda parte que depois me conte se encontrou o terceiro acto, se faz favor.

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