Estreia de Soderbergh na realização e logo com uma Palma de Ouro em Cannes, o mais novo de sempre a consegui-lo. Um filme estranho e estranhamente erótico - sem ter no entanto uma única cena de sexo -, um estudo complexo em torno de personagens também elas complexas sobre dinâmicas relacionais, intimidade, amor e desejo. Começa quase como um Woody Allen no psicólogo, transformando-se aos poucos numa espécie de drama que encontra os seus próprios e surreais caminhos nas interacções entre Spader, MacDowell, San Giacomo e Gallagher. Mas sejamos honestos: alguma vez na vida tantas - e tão diferentes - mulheres iriam abrir o jogo sobre as suas vidas sexuais a um completo desconhecido meio atarantado sem um lugar onde cair morto, assim do nada, e, ainda para mais, permitindo que tudo fosse gravado numa cassete? Enfim, sobram uma mão-cheia de grandes interpretações num mundo pouco real, até porque para tal cenário ser minimamente credível, pelo menos metade daquelas cassetes tinha acabado com gravações de jogos de futebol e filmes do Chuck Norris por cima.
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