Arrasado pela crítica aquando da sua estreia, "
S.O.S. Vizinhos ao Ataque" - vergonha alheia, expressão que, já agora, qualquer dia irá servir de inspiração para o título "Vergonha Alheira" - tornou-se um dos muitos filmes dos anos oitenta que ganhou o estatuto de culto com o passar do tempo e a sua (re)descoberta por cinéfilos de todas as gerações. Verdade seja dita, ninguém percebe bem porquê, incluindo o próprio Joe Dante em entrevista recente: o acting é sofrível - especialmente de Corey Feldman e Rick Ducommun, os dois com vários problemas pessoais e conflitos reportados no set de filmagens com outros membros do elenco - e os vários desenvolvimentos narrativos não são mínimamente credíveis por mais cheio que esteja o nosso depósito de "suspensão da descrença" - explicado talvez pelo facto de uma greve geral dos guionistas em Hollywood, que durou mais de seis meses, ter afastado o guionista Dana Olsen da pré-produção e das filmagens. Spoof da "
Janela Indiscreta" de Hitchcock, com trenó Rosebud na cave, Fred Rogers na televisão - Tom Hanks a prever o futuro - e um final alternativo a martelo porque o de repente popular "
Big" Hanks já não podia ser assassinado, não fosse o público ficar chateado. Aparentemente anda por aí uma release blu-ray da Shout Factory com esse final, o que pode ser um motivo de interesse extra para uma possível revisitação. Pouco ou nada para rir, comédia que tenta ser negra mas não o consegue, história que no papel podia parecer ouro mas que em fita ficou latão. E nem vou falar da berraria excessiva, sem qualquer razão aparente.
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