A crítica mais recorrente a este documentário sobre o passado - pouco presente e praticamente nenhum futuro - dos videoclubes na cidade de São Paulo é de que é demasiado informativo, pouco aberto à magia do cinema, dos filmes, da arte em si, do cheiro e do toque daquelas caixas grossas de plástico que pareciam, nas nossas mãos, o santo graal que o Indiana Jones outrora procurou para salvar o pai. Verdade, mas também é essa perspectiva factual, esclarecida e fundamentada através das vozes daqueles que deram vida a tantos videoclubes que o diferencia de tantos outros documentários repletos de lugares comuns sobre este tema, um pouco por todo o mundo. Diz-me pouco São Paulo, mas disse-me muito em termos de paixão a dedicação destas pessoas, as dificuldades que atravessaram, os desafios que enfrentaram, os saltos de fé que deram sem saber se o negócio ia funcionar ou não. Das que se aguentaram até hoje e das que se aguentaram enquanto puderam. De como a pirataria foi primeiro Deusa salvadora e mais tarde diabo destruidor. De como perdemos a magia da procura e descoberta e, principalmente, do tempo que já não temos!
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