Seja pelo título - que mete "
We" em vez de "
I" - ou pela forma meio preguiçosa como o guião foi trabalhado - tantas cenas de interrogatório que poderiam ter sido aprofundadas a nível de diálogos e levadas a outros limites -, acaba por ser mais ou menos óbvio que o malandro do americano-sueco do Joel Kinnaman não é nenhum contabilista suíço mas sim o nazi alemão que a sueca que aqui é cigana romena da Rapace afirma recordar-se dos seus tempos maravilhosos num campo de concentração. Ainda assim, aceitando e convivendo com essa inevitabilidade narrativa, não deixou de ser surpreendente que a grande reviravolta final acabasse por pertencer a um terceiro elemento, aparentemente território neutro neste conflito, trazendo o caos à história exactamente no primeiro momento de paz e redenção das suas duas grandes figuras. E, por isso, a minha admiração. Rapace, compra lá uma casa na costa alentejana rapariga.
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