terça-feira, abril 30, 2024

Road House (2024)

Do original mantém o título e a estrutura narrativa; perde tudo o resto. O carisma de um filósofo perdido na vida, a identidade de um bar que era em si uma personagem - o saudoso Double Deuce -, o charme meio tosco do herói que não dependia de uns abdominais vistosos, o mentor, o vilão entradote que assustava pelo poder que tinha nos cordelinhos que mexia e não pelo penteado bonito e camisa aberta que exibe num iate num mundo que herdou do papá, a Kelly Lynch que era interesse romântico por conquistar e não predadora de sotaque duvidoso mais interessada no engate que o próprio Dalton - desculpa Daniela, mas por mais boa vontade que tenha contigo, foi mauzinho - e, acima de tudo, a sensação de perigo, de dor em cada murro, de realidade. Qualquer movimento mais brusco nas mãos de Doug Liman soa a falso, seja pelo atropelamentos em pontes e saltos de barco feitos com CGI ranhoso, seja pela câmera tremida, ora demasiado perto (POV) ora demasiado longe, em cada murro, em cada pontapé, em cada cena de pancadaria. O "Road House" original era sincero, natural, sem medo de expor as suas fragilidades; este é um produto de silicone, repleto de cirurgias estéticas em laboratório, em que o menos mau acaba por ser o mais inesperado de todos: Conor McGregor.

1 comentário:

Nuno Pereira disse...

Mt fraco... foi uma grande desilusão mas parece que foi um sucesso tremedo e ja esta garantida a sequela.

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