Sete mil e trezentos dias, sete mil e duzentas publicações. Uma por dia (aldrabradas no tempo como esta ou não) desde Janeiro de 2007. Os tempos são outros, das redes sociais, do instantâneo, das mensagens e dos comentários que se autodestroem e caem no esquecimento em poucos dias, para não dizer horas. Os blogues já não vivem; sobrevivem num coma profundo. Por isso, continuar aqui revela-se cada vez mais um exercício de pura casmurrice egocêntrica: não escrevo para ninguém que não para mim próprio, como que um diário cinéfilo repleto de memórias para mais tarde recordar. Para manter o cérebro activo, o prazer pela escrita vivo. Não desisto, não desistirei. Quero manter esta masmorra de recordações intacta até morrer, seja isso quando for, pai, avô ou bisavô. Para a história - e para o futuro - ficam os muitos amigos, os festivais de blogues (TCN) e de cinema organizados (NFF), os livros escritos (três anuários do Videoclube do Sr. Joaquim), as Nalgas, a Take Cinema Magazine, o Letterboxd, os artigos e entrevistas, os visionamentos, os podcasts, as descobertas que passariam ao lado uma vida inteira sem o Nalgas Film Club e, mais importante do que tudo, os companheiros de gargalhadas e emoções para a vida - Pedro e Miguel, os meus comparsas do Mandarim. Não sei se alguém vai ler isto, pouco interessa. Se por mero acaso alguém ainda continuar por aí, obrigado pela companhia. Citando o nosso Manoel de Oliveira, "
há uma coisa que gostei de ouvir do Fellini: tinha uma grande admiração pelas pessoas que falham e persistem. Persistem com a mesma vontade, ou mais forte, com a ideia de alcançarem a finalidade última. Daqui a cinco anos, nos vinte e cinco, volto com novo especial de aniversário. Até já!
Sem comentários:
Enviar um comentário