
O primeiro acto é uma lição de cinema em todo o seu esplendor, um thriller claustrofóbico que oferece tudo ao espectador sem precisar de sair de uma sala de um apartamento luxuoso algures no Japão. Tensão, dilemas morais, jogos de classes, crítica social, a verdadeira situação de perder ou... perder, tudo isso apimentado por interpretações intensas e um conflito emocional que nos atira constantemente para a responsabilidade da decisão, quase como se essa fosse nossa. Sente-se a urgência e a peso das consequências em cada deliberação, em cada chamada telefónica, em cada discussão familiar ou empresarial. Depois desse primeiro acto, segue-se a investigação policial e, por fim, o confronto com o vilão. Tudo repleto de belos momentos e muitos simbolismos, muito cinema, mas longe da intensidade daqueles primeiros quarenta e cinco minutos que me fizeram apaixonar (uma vez mais) por Kurosawa.
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