
Brutalismo: querer ser sobre tudo, acabar por ser sobre nada. É sobre arquitectura mas não há um arquitecto que tenha apreciado; é sobre a vaga de imigração judaica para os Estados Unidos no pós-guerra, mas não só muito melhor já foi feito sobre o mesmo tema, como as suas ambições desmedidas na segunda metade do filme matam por completo essa vertente; é sobre jogos de poder e de classes, mas acaba por resumir-se ao desejo escondido de uma enrrabadela proibida. Poderia tudo isto ter algum valor e contexto se fosse uma história verídica, uma obra baseada na biografia de alguém? Claro que sim. Mas não, é tudo invenção, tudo cinema, daquele cinema que se foca na arte, na técnica, nos planos, em enfiar hora e meia de filme a mais sem necessidade nenhuma que não ter tempo para se ostentar. É cinema bruto na técnica, brutalista na sua sexualidade desavergonhada, brutal até nos acordes que acompanham as imagens? Talvez. Mas soube a muito, muito pouco. Aquela maçã Golden Brody impecável por fora, sensaborona por dentro.
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